• LISIMA LYA MWONO: “FONTE DA VIDA”, UM SÍTIO RAMSAR DE ANGOLA


    Uma vasta e vital área de aproximadamente 53.000 km², conhecida como Lisima Lya Mwono, também chamada “Fonte da Vida” na língua Luchazi, poderá se tornar num dos sítios Ramsar oficial de Angola. A proposta, apresentada recentemente na Conferência e Cimeira sobre Áreas de Conservação Transfronteiriça da SADC, representa um avanço significativo na estratégia de preservação ambiental do país.

    A região, reconhecida por sua importância ecológica e pela sua rica biodiversidade desempenha um papel fundamental na manutenção dos processos ecológicos e na protecção de espécies ameaçadas. Como uma das maiores áreas de protecção natural de Angola. Lisima Lya Mwono alia valor ambiental a um forte potencial de desenvolvimento sustentável, especialmente através do turismo ecológico.

    A Lagoa Lisima Lya Mwono é considerada uma área de importância internacional, pois atende a vários critérios estabelecidos pela Convenção de Ramsar incluindo suporte a espécies raras, preservação de habitats essenciais para aves aquáticas e manutenção de processos ecológicos vitais. Além disso, a sua conexão com sistemas hidrográficos transfronteiriços como o Delta do Okavango, Património Mundial da UNESCO, reforça o seu papel na sustentabilidade da região.

    Especialistas destacam que a sua protecção e reconhecimento oficial como sítio Ramsar reforçariam a cooperação regional na conservação de áreas ambientais de valor comum, promovendo uma gestão sustentável de recursos naturais essenciais para várias comunidades locais.

    A designação também traria benefícios tangíveis para Angola, incluindo acesso a fundos internacionais de apoio, programas de capacitação, estudos científicos, educação ambiental e o potencial de atrair turismo responsável. Um reconhecimento oficial ajudaria a fortalecer a soberania ambiental do país, garantindo que essa área de altos valores ecológicos seja gerida de acordo com as melhores práticas internacionais. Para além do ganho ambiental, essa iniciativa reforça o compromisso de Angola com a sustentabilidade, sobretudo num momento em que o país celebra 50 anos de independência, enfatizando a preservação do seu património natural como uma prioridade nacional.

    A realização dessa proeza exige esforços coordenados entre governos, comunidades locais e organizações ambientais. A elaboração de planos de manejo sustentável, acções de sensibilização e a captação de recursos internacionais fazem parte do caminho para transformar essa visão em realidade. A proposta já conta com forte apoio de entidades ecológicas e da sociedade civil angolana.

    Segundo fontes do INBAC (Instituto Nacional do Biodiversidade, Áreas de Conservação), “a designação de Lisima Lya Mwono como sítio Ramsar será um marco na história ambiental do país. É uma oportunidade de afirmar o compromisso de Angola com a conservação da biodiversidade e a protecção dos seus ecossistemas vitais”. Se concretizada, essa iniciativa posicionará Angola como um exemplo de liderança regional na protecção de ecossistemas de importância global, promovendo a resiliência às mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável de forma equilibrada e responsável.

    Lisima Lya Mwono, a “Fonte da Vida”, representa uma joia ambiental que merece ser preservada e reconhecida internacionalmente. Seu futuro como sítio Ramsar não só fortalecerá a conservação de seu ecossistema, mas também trará benefícios duradouros para as comunidades e para o planeta uma verdadeira oportunidade de liderar pelo exemplo na África Austral.